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Prestes a mudar, Duster encara o Lifan X60

Com facelift prometido para o Salão do Automóvel, Renault Duster encara o Lifan X60 e mostra o que pode melhorar

09/09/2014 - Thiago Moreno / Fotos: Anamaria Rinaldi / Fonte: iCarros

Depois de mudar Logan e Sandero, a Renault deve apresentar um Duster renovado no Salão do Automóvel de São Paulo, que começa dia 30 de outubro. Porém, o SUV receberá pequenas alterações visuais, nada tão extremo quanto o que ocorreu com os “primos” sedã e hatch. Mas já está na hora de mudar: o principal concorrente, o Ford EcoSport, ganhou nova geração e visual moderno, enquanto rivais menos importantes podem começar a incomodar. Você duvida? Veja o que acontece quando o iCarros põe frente a frente o modelo da Renault com um humilde Lifan X60.

Após anos sofrendo bullying devido à sua origem, os carro chineses se armaram até os dentes. O SUV da Lifan custa R$ 55.990 e não tem opcionais. Mas isso não significa que a lista de itens de série seja curta. O X60 traz direção hidráulica, ar-condicionado, trio elétrico, rodas de liga leve, bancos de couro, câmera de ré com sensor de estacionamento traseiro e tela multimídia com GPS integrado. Pode-se adquirir também a versão VIP (que aparece nas fotos), que sai por R$ 59.250 e acrescenta teto-solar elétrico, luzes de leitura individuais e porta-óculos.

A Renault oferece um Duster que custa exatamente o mesmo que o rival, R$ 55.990, mas vem equipado com rodas de ferro e para-choques que serão da cor do carro apenas se você adquiri-lo na cor preta. Quer a mesma lista de equipamentos do chinês lá em cima? Vai precisar pular duas versões, escolhendo a Dynamique 1.6 das fotos que, com o acréscimo de R$ 1.380 pela cor Verde Amazônia, custa R$ 64.570. Mesmo assim, não há bancos de couro nem tela multimídia sensível ao toque com navegação como no X60.

Com relação às medidas, o Lifan tem 4,3 m de comprimento, 1,7 m de largura, 1,8 m de altura e 2,6 m de entre-eixos. O porta-malas tem capacidade para 405 litros. Respectivamente, o Renault é parelho nas três primeiras dimensões, mas com 2,7 m de entre-eixos e 475 litros de porta-malas.

Mesmo na versão Dynamique, o Duster ainda usa o motor 1.6 16V de 115 cv e 15,5 kgfm de torque com etanol. O câmbio, assim como no X60, é manual de cinco velocidades. O Lifan traz um propulsor 1.8 que, pode não ser flex, mas entrega 128 cv e 16,8 kgfm. A diferença é que, enquanto o primeiro pesa 1.202 kg, o segundo precisa empurrar 1.330 kg.

A fila anda

Quando o Duster foi lançado, em 2011, seu principal alvo, o EcoSport, ainda utilizava a plataforma do atual Fiesta RoCam. Naquela época eram rivais parelhos. Mas a fila andou e agora o Ford se baseia no New Fiesta, enquanto a cara do Duster já não está tão atraente quanto antes - essa será a prioridade nas alterações do SUV que será lançado em outubro pela Renault.

Apesar disso, o visual do Duster passa uma sensação de robustez que pode agradar alguns compradores. Já o X60 tem um “look” meio Hyundai Santa Fé na dianteira, meio Ford Edge na traseira. Se não é original, ao menos caiu no gosto do público.

Mas sempre chega aquela hora de falar do acabamento interno, o ponto fraco da maioria dos veículos de origem chinesa. O Lifan não foge muito a essa regra: os plásticos rígidos aparecem por toda a cabine. Mas isso também acontece no Renault, com a diferença apenas de que o Duster utiliza texturas mais agradáveis ao toque e aparenta ser melhor montado.

Em ergonomia, o SUV da marca de origem francesa peca em alguns pontos, como o console central muito vertical que atrapalha a visualização e o controle de itens como o ar-condicionado, por exemplo. Isso sem falar no controle dos espelhos, posicionado sob a alavanca do freio de mão. Há comandos de rádio remotos, mas eles ficam montados na coluna de direção, não no volante.

No modelo de origem chinesa, a base dos controles é inclinada para proporcionar uma posição mais natural para o acionamento, enquanto os controles do rádio estão no volante. Outro diferencial no Lifan é a presença de um apoio de braço central com porta-trecos e tomada 12V, além da já existente no painel como acendedor de cigarros.

O espaço interno de ambos e bem similar, mas o Duster possui um porta-copos elevado na traseira que pode atrapalhar um pouco a vida do passageiro que vai no meio do banco de trás. O X60 ainda apresenta um pequeno túnel central na mesma posição, mas não tão elevado.

Em ambiente urbano, o Lifan se mostrou bem acertado. Além de uma direção mais leve em manobras que o rival, possui uma maior área envidraçada que amplia a sensação de espaço na cabine e facilita as manobras. Estacionar fica mais simples também graças aos grandes espelhos e à câmera de ré. No Renault, não há esse último equipamento e a área envidraçada é menor. Adicione a isso as largas caixas de roda e o Duster pode acabar dando sustos nas manobras em espaços apertados.

O principal trunfo do Renault, porém, é a mecânica. Não por qualidade, mas por ser mais ágil no trânsito do que o rival, mesmo com o propulsor 1.6. A diferença está principalmente no peso e no câmbio mais curto do Duster. O motor da Lifan é mais forte, mas com o câmbio longo e a carroceria mais pesada é preciso queimar bastante embreagem para arrancar em ladeiras.

Escolha de Thiago Moreno - Para quem busca um SUV compacto barato, o Lifan X60 apresenta um custo-benefício melhor que o Renault Duster e leva o comparativo enquanto o rival não se renova. Quem sabe após o facelift o modelo fabricado em São José dos Pinhais (PR) não consiga virar o jogo?

Se você ainda não acredita que um carro chinês pode superar um produto nacional bem estabelecido, confira a opinião dos proprietários no catálogo do iCarros, onde o X60 recebeu nota média de 9,5 (são quatro avaliações) enquanto o Duster tem média de 8,3  (com 22 avaliações). Clique aqui para ver o que os donos do Lifan têm a dizer, ou aqui para ler as impressões de quem comprou o Renault.

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