28/03/2014 - Anelisa Lopes / Fotos: Thiago Moreno / Fonte: iCarros
Eles são atraentes, possuem um bom desempenho, são recheados de tecnologia e estão no topo da lista dos mais vendidos no segmento do qual fazem parte. O fator contra? Com preço que beira quase os R$ 90 mil, as versões mais caras do Ford Focus e do Chevrolet Cruze Sport6 mostram aqui seus predicados para você avaliar se merecem ser levados para casa.
A terceira geração do Focus chegou ao Brasil com alguns anos de atraso em relação à Europa. O modelo desembarcou no mercado nacional no ano passado com a missão de buscar a liderança em vendas no segmento, posição esta que foi atingida no mês de março, à frente do VW Golf e do rival deste comparativo. Na versão avaliada, Titanium Plus Powershift custa R$ 88.890.
O Sport6 já é um velho conhecido das ruas. Chegou às concessionárias para substituir o Vectra GT e rendeu bons frutos à Chevrolet em 2013, quando fechou o ano na primeira colocação entre os hatches médios. A configuração mais equipada LTZ sai por R$ 84.890.
Onde está o investimento?
Nenhum dos dois aponta o custo-benefício como principal motivação para compra. Oferecer tecnologia custa cada vez mais caro no Brasil e a prova disso são as novas gerações dos hatches que chegaram ao mercado recentemente, como a sétima geração do VW Golf e o novo Hyundai i30: recheadas de botões e com preço inicial da linha acima dos R$ 70 mil.
Completamente equipado, o modelo da Ford, por exemplo, tem valor próximo ao deum Audi A3. É hora, então, de descrever sua ficha: motor 2.0 Duratec Direct Flex (o primeiro bicombustível com injeção direta de combustível) e transmissão automatizada de dupla embreagem com seis velocidades. Entre os equipamentos de segurança e conforto, vale citar o monitor de pressão dos pneus, o assistente de partida em rampa (o carro não se movimenta durante três segundos em uma ladeira sem o pé no freio) e o assistente para estacionamento: basta pressionar um botão no painel que o veículo manobra o carro sozinho para entrar em uma vaga.
Em comum à lista dos itens do Sport 6, o Focus traz seis airbags, controle de estabilidade e de tração, rodas de 17 polegadas, teto solar elétrico, sensor de chuva e de farois, além de chave com sensor de presença e ignição por meio de botão. Ambos oferecem sistema multimídia sensível ao toque ou por comandos de voz com GPS. No Ford, se chama SYNC, enquanto o da Chevrolet foi batizado de MyLink.
E por baixo do capô?
A motorização 2.0 flex com injeção direta de combustível estreada pelo Focus consegue atingir 178 cv de potência e torque de 22,5 kgfm com etanol a 4.500 rpm. O Sport6 é mais fraco: o 1.8 16V bicombustível chega aos 144 cv de potência e 18,9 kgfm a 3.800 giros. Os dois contam com direção elétrica progressiva, o que torna a condução para lá de suave no trãnsito e firme em velocidade mais alta.
Tanto o Focus como o Cruze são modelos agradáveis para ficar na cabine e de serem guiados. Na primeira impressão, se mostram bem acabados (com vantagem para o Focus, que é mais moderno e usa material emborrachado) e sua condução parece similar. A rotina da condução, no entanto, aponta as vantagens do vencedor desta briga.
O Focus é mais potente, mas é o casamento entre motor e câmbio que faz dele um veículo com mais disposição, principalmente em baixa rotação. A não ser que o motorista use as mudanças manuais da alavanca da transmissão do Sport6 a todo momento, o câmbio vai ter de passar das 3.000 rotações para avançar. No dia a dia, isso se traduz em ruído e morosidade para subir uma ladeira, por exemplo. Além disso, o passageiro sente mais a rigidez da suspensão no Sport6 que no Focus que, mesmo sendo voltado à esportividade, oferece mais conforto neste quesito.
Escolha de Anelisa Lopes - o Focus tem o conjunto mais equilibrado. A força do motor casa melhor com o trabalho do câmbio de dupla embreagem, seja em baixa ou em alta rotação. Além disso, tem acabamento mais sofisticado e conta com tecnologias não oferecidas no rival. Mesmo que isso eleve seu preço, o projeto é mais moderno.
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