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VW Saveiro 1.6 16V: picapinha versão 2.0

Lá se vão longos 36 anos desde que a primeira picape compacta apareceu no Brasil, e a nova Saveiro mostra essa evolução

02/05/2014 - Thiago Moreno / Fotos: Thiago Moreno, Aline França e Rodrigo Pazzini / Fonte: iCarros

Tão comuns nas ruas brasileiras, as picapes derivadas de hatches compactos são um produto legitimamente nacional. Lá se vão 36 anos desde que a Fiat arrancou metade do teto de um 147 para inaugurar um segmento em 1978: o das picapinhas. A Volkswagen Saveiro também não é novata na área, foi lançada em 1982, mas agora na linha 2015 mostra o quanto este tipo de veículo evoluiu.

Desde a última década, deixaram de ser apenas uma opção de veículo utilitário barato e fácil de usar na cidade para ser objeto de desejo dos mais jovens, que veem neste tipo de carro um grande potencial de customização. Isso empurrou a evolução das compactas. A Saveiro Cross 2015, por exemplo, deixou para trás o antigo 1.6 boxer refrigerado a ar de sua primeira geração e usa o moderno EA-211, da mesma família do up!, 1.6 16V com comando variável das válvulas de admissão que rende 120 cv com etanol e 110 cv com gasolina. Mas não foi só isso que mudou. 

Preço lá em cima, tecnologia também

O preço inicial da Saveiro Cross, única com o novo propulsor chamado de MSI, é R$ 53.990. Elevado para um veículo que surgiu como modelo utilitário e mais alto que o de sua principal concorrente: a Fiat Strada Adventure com cabine estendida (R$ 51.950). Com a pintura metálica (R$ 1.082), piloto automático, espelho interno eletrocrômico, sensores crepuscular e de chuva (juntos, R$ 990) e os bancos em couro (R$ 490), o valor chega a R$ 56.552.

Mas é aí que entra a nova fase evolução das picapes pequenas. A Saveiro Cross dispõe de controles de estabilidade e tração, ABS com função fora de estrada, assistente de partida em rampa, direção hidráulica, ar-condicionado e faróis e lanternas de neblina. Parece lista de equipamentos de SUV ou picape grande, mas está tudo embutido nos 4,5 m de comprimento do utilitário da VW, que mede ainda 1,5 m de altura, 1,7 m de largura e 2,75 m de entre-eixos.

Outra mostra de que o perfil do usuário de picapes compactas mudou é a oferta apenas de cabine estendida para a configuração Cross, permitindo a acomodação de bagagens e itens mais frágeis no interior da cabine, mas comprometendo a área de carga, que ainda leva 734 litros. O próprio conjunto mecânico da Saveiro 16V merece um comentário à parte, pois é feito em alumínio, dispõe de comando variável de válvulas e o sistema de refrigeração trabalha com duas temperaturas individuais: uma para o bloco e outra para o cabeçote.

Por trás da cortina de novidades

O motor 1.6 8V da VW, de 104 cv com etanol e ainda usado nas versões mais em conta da Saveiro, era conhecido por entregar uma boa oferta de torque (15,6 kgfm) em baixas rotações, mas perdia o fôlego em alto giro. Nos motores multiválvulas do passado, a situação era inversa: pouca força em baixas rotações e desempenho superior em alta. Com o comando variável, o 1.6 16V da Cross consegue o melhor de dois mundos. Apesar de o pico de torque (16,7 kgfm, etanol) aparecer apenas em 4.000 rpm, boa parte dessa força é sentida antes. A partir de 1.500 rotações, o motor já responde e mostra disposição ao passo que a vibração nessa faixa de regime é imperceptível.

Apesar de utilizar pneus 205/60 de uso misto nas rodas de 16”, o que poderia comprometer a estabilidade, a Volkswagen soube compensar trabalhando a suspensão, que transmite confiança ao motorista nas mudanças de direção mesmo quando vazia e, se puxada ao limite, a Saveiro aciona seus sistemas de controle de estabilidade para colocar o motorista novamente em segurança.

Equipada como a das fotos, a Saveiro roda na cidade com os mimos de carros de passeio, não de trabalho: o piloto automático ajuda nas viagens mais longas, enquanto os sensores de luminosidade e chuva permitem ao condutor se concentrar apenas no volante, ao invés de ficar ligando e desligando as alavancas e botões do farol e limpador de para-brisas.

Aventura comedida

Parte da evolução das picapes pequenas passou pela onda de configurações “aventureiras” e a Cross mostra que a Saveiro também quer uma fatia desses compradores que pagam a mais pelo visual robusto provido pelas guarnições plásticas nas caixas de roda e a suspensão ligeiramente elevada em relação às configurações convencionais.

Mas é preciso tomar cuidado. Os pneus, como o nome diz, são de uso misto, não dedicados à prática de off-road. Entrar no lamaçal com uma Saveiro Cross é um convite para ter que chamar um amigo para te rebocar. Mesmo a altura elevada é pouco para algumas situações, onde o assoalho da picape chega a raspar no chão em desníveis mais fortes na pista. Mesmo o sistema ABS com programação específica para o uso fora das ruas pavimentadas ainda se confunde com terra solta, onde identifica o travamento de roda e entra em ação exigindo atenção do motorista para manter a distência de frenagem desejada. O carro consegue sair do asfalto, mas com parcimônia.

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