Renovado, Kia Soul 2015 cresce também no preço

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Não é só aparência: nova geração do Kia Soul está maior

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Mas o preço também subiu e o carro terá de competir com modelos do segmento premium

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Linhas básicas com teto plano e visual quadrado permanecem

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Soul será oferecido apenas em duas configurações

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A mais completa adiciona somente teto solar elétrico e panorâmico

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Interior teve o acabamento aprimorado, assim como o isolamento acústico

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Separador ajuda a organizar a bagagem...

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... Mas o espaço útil do bagageiro não é muito prático

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Motor 1.6 16V flex gera 128 cv com etanol

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A Kia apresentou ao mercado brasileiro a nova geração do Soul. Com 4,1 m de comprimento, 1,8 m de largura, 2,6 m de entre-eixos e 1,6 m de altura, o carro está maior. Respectivamente, ganhou 20 mm, 15 mm e 20 mm, mas perdeu 10 mm de altura. O porta-malas é de 686 litros, com organizador.

E não foi só no tamanho que Soul cresceu. A configuração mais barata do modelo agora custa R$ 88.900, enquanto a completa não sai por menos de R$ 92.900. O modelo anterior tinha preços variando entre R$ 63.900 e R$ 69.900.

No visual, o carro parece ter ganhado mais corpo do que indicam os números. Isso graças às linhas mais musculosas salientando as caixas de roda. A linha de cintura também ficou mais alta. Assim, o Kia Soul deixou de parecer um hatch “altinho” para ficar com um visual mais próximo a um crossover. A marca mira concorrentes como o Mercedes-Benz Classe A e o Peugeot 3008. Pelo preço e pelo design diferenciado, Audi A1 e MINI Cooper entram na mira do Kia.

Para tentar justificar o novo preço, o Soul traz de série alguns itens que não estavam na lista da geração anterior. São equipamentos como o ar-condicionado automático, direção elétrica progressiva com três modos de condução, seis airbags, bancos em couro, pintura em dois tons e faróis com acendimento automático e luz diurna. Além disso, continua oferecendo sistema Isofix de fixação de cadeiras infantis, piloto automático, rádio com conectividade via Bluetooth e USB, chave presencial, rodas de 18”, banco do motorista com regulagem de altura, assim como volante que ainda pode ser ajustado em profundidade e sensor de ré com câmera traseira. A versão mais completa adiciona teto solar panorâmico com abertura elétrica.

“Se fossemos trazer a versão mais básica, com bancos de tecido e rodas de 16”, esse carro custaria mais de R$ 70 mil. Nessa faixa de preço o comprador não quer mais um carro básico, por isso optamos por trazer apenas as configurações mais completas do novo Soul”, justifica José Luiz Gandini, presidente da Kia Motors do Brasil.

O conjunto mecânico permanece o mesmo da geração anterior, mas segundo a marca os equipamentos foram recalibrados. O bloco 1.6 16V flex tem 128 cv com etanol e 122 cv com gasolina. O torque é de 16,5 kgfm e 16 kgfm, respectivamente. O câmbio é sempre automático de seis velocidades. O propulsor precisa lidar com uma carroceria que pesa 1.392 kg.

Mudança de alma

Agora bem mais caro do que antes, o Kia Soul precisou se renovar mais do que apenas na carroceria para justificar seu preço, que supera em valor algumas configurações do VW Golf e todas as do Ford Focus hatch.

Por fora, a tática funcionou e o carro parece estar maior do que o aumento real declarado pela Kia, sem perder suas linhas características, como o teto plano e o formato quadrado e alto. Além disso, o emprego de aços especiais foi maior, o que deixou a carroceria 28,7% mais rígida.

No interior veio o maior salto. Apesar do emprego de materiais plásticos na cabine, a textura agrada ao tato e aos olhos, enquanto os encaixes são esmerados. Apenas a tela multimídia central, de 4,3”, é um tanto pequena para os padrões atuais. Ao menos contém a câmera de para facilitar as manobras.

Falando nelas, a direção com assistência elétrica se mostrou bem calibrada: leve em manobras e segue ganhando firmeza conforme a velocidade aumenta. Com ajuste de altura e de profundidade, além de uma grande seara de botões para o piloto automático, rádio e telefone, o volante tem acabamento de couro.

O conjunto formado pelo motor e pelo câmbio está bem casado no uso urbano. Nem parece que o carro pesa tanto quanto o declarado. Mas a festa acaba na estrada, situação na qual o propulsor tem pouco fôlego para resistir às ladeiras e manter velocidade. A qualquer sinal de aclive, a transmissão faz uma ou até duas reduções para atingir o pico de torque, que ocorre apenas aos 5.000 rpm quando o motor é abastecido com etanol.

Ao menos o conforto a bordo melhorou, principalmente no isolamento acústico. Em ponto morto, o funcionamento do propulsor é imperceptível e, rodando, mesmo em altas rotações o ruído do motor não adentra a cabine de maneira incômoda.

Vai vender? - A expectativa da Kia é que se comercializem até 400 unidades da nova geração do Soul até o final do ano. Mais caro, o modelo terá vida difícil numa nova vizinhança habitada por diversas opções de modelos premium consolidados.

Teste-drive realizado a convite da Kia