Chery inaugura fábrica em Jacareí (SP)

Atualmente, a marca possui uma parcela de 0,35% do mercado, fato que os dirigente esperam reverter em dois anos, quando acreditam que fabricante conquistará 3% de participação, com vendas anuais de 150.000 unidades. Apesar da desaceleração do mercado automobilístico brasileiro no ano de 2014, o vice-presidente mundial da Chery, Zhou Biren, acredita na recuperação. “Agora existe uma crise e algumas dificuldades, mas é tudo passageiro. A má fase irá passar, apesar de não sabermos quando”, afirma.

Biren também explicou a escolha do Brasil para a instalação da fábrica. “O Brasil possui quase 200 milhões de habitantes, além de um crescimento de mercado rápido. Entre 2009 e 2011 chegamos a vender 3.500 unidades por mês, portanto, achamos que os produtos da Chery se adequam ao gosto local”, justifica. Segundo o vice-presidente da marca no Brasil, Luis Curi, o foco da empresa será a região Nordeste. “Sabemos que o Nordeste tem um grande potencial de compra e que nossos produtos se encaixam às necessidades da região”, explica.

A produção terá três plataformas e será dividida em duas fases, chamadas de 1 e 2. A primeira contará com a fabricação das versões hatch e sedã do Celer, além da nova geração do QQ. Nessa fase, a capacidade de produção será de 50.000 veículos por ano, empregando até 500 funcionários no final de 2014 - hoje são 300 funcionários. Já a segunda fase contemplará a produção da nova geração do Tiggo. Curi afirma ainda que a sede na China é flexível quanto às alterações possíveis para atender o gosto do brasileiro. “A matriz permite qualquer tipo de mudança, desde a adoção de motores flex, novos interiores com cores escuras, até detalhes de acabamento, que perdem itens cromados comuns no mercado asiático”, revela.

Questionado sobre a qualidade dos produtos, o presidente da Chery no Brasil, Roger Peng, foi enfático ao dizer que a empresa irá superar as expectativas do público: “A qualidade é uma base para a empresa. Não existe atalho para conquistar um bom nível de produto, por isso desenvolvemos a qualidade desde o início do projeto. Sei que faremos além do esperado para surpreender o público brasileiro”, disse.

Atualmente, a marca tem apenas 67 concessionárias no País, número que Curi credita à cota de importação imposta, que limita o número de veículos trazidos de fora do Brasil a 900 unidades. Porém, ele afirma que, até o final do ano, a estimativa é que a rede de revendedores chegue a 100 pontos. Além da fábrica de Jacareí (SP), estão previstas a instalação de uma nova planta para produção de motores e, futuramente, um Centro de Pesquisa e Desenvolvimento.

A previsão é que os primeiros modelos fabricados no interior paulista tenham um índice de nacionalização de 50%, número que deverá chegar a 70% nos próximos dois anos, quando as transmissões da Acteco (fornecedora de motores e câmbios) passarão a ser produzidas no Brasil.