21/09/2012 - Texto e Fotos: Thiago Moreno / Fonte: iCarros
O segmento de compactos premiuns não é recente, mas a Fiat e a Citroën trouxeram um "novo ar" para a categoria com o facelift do Punto e com a nova geração do C3, alinhando-os, dessa forma, aos modelos vendidos na Europa. Avaliados nas versões Essence 1.6 e Tendance 1.5, respectivamente, têm preço inicial de R$ 41.750 e R$ 43.990.
Com a nova geração, a Citroën quis tirar o estigma de carro feminino que recaía sobre o C3. Apesar de as linhas estarem mais agressivas que as do modelo anterior, a característica linha de teto curva se manteve. Mesmo novo, não há dúvidas: ainda é o compacto da Citroën. Com para-brisa panorâmico, há uma porção retrátil do acabamento interno do teto que dá espaço para mais visibilidade, mas, por isso, os para-sóis perderam os espelhos. Neste caso, a marca foi longe demais ao tentar direcionar o carro aos homens.
A renovação do Punto, por sua vez, caminha de dentro para fora. Sem mudanças radicais na dianteira e na traseira, que recebeu lanternas com filetes de luz, o modelo destaca sua maior transformação na cabine, com um novo painel e quadro de instrumentos. Esteticamente, fez com que o acabamento interno ficasse mais moderno e mais bem acabado que o do modelo anterior.
O Fiat tem motor mais potente: 1.6 16V de 115 cv/117 cv com gasolina e etanol, enquanto o Citroën traz um 1.5 8V flex, de 89 cv/93 cv com os mesmos combustíveis. Para ambos, o câmbio é manual de cinco velocidades. Mecanicamente, a nova linha de motores da Citroën melhorou - tanto que o bloco 1.6 16V até aboliu o tanque de gasolina para partida a frio. Na versão Tendance, equipada com o propulsor menor, o carro responde bem, principalmente em baixas rotações. Arranca sem esforço nas saídas dos semáforos, mas, por ter apenas oito válvulas, perde fôlego conforme o giro aumenta. O chassi da nova geração é mais firme e o acerto da suspensão mais rígido, fazendo com que o carro role pouco em curvas.
O principal atrativo do carro, porém, é a novidade visual e o grande para-brisa, que deixa a cabine do carro com uma maior sensação de amplitude. A cabine do C3 é um lugar agradável de se estar, mas, para o motorista, a assistência elétrica se mostra confortável em manobras, mas leve demais em outras situações; o pedal do freio também exige prática, já que o curso é longo e difícil de encontrar o limite entre não parar e travar as rodas. Quando exigido, o carro cumpre sua função, mas não proporciona prazer ao dirigir.
O Punto não atrai como o concorrente e, sob alguns ângulos, como a lateral, nem parece que mudou. O Fiat também não tem o para-brisa que se estende ao teto, mas, com ele, é melhor olhar para frente e segurar firme no volante, pois sua tocada esportiva não mudou. O propulsor 1.6 16V responde bem a partir dos 1.500 rpm, mas muda de temperamento aos 4.500 giros, momento em que ele dá um surto de torque e chega a empurrar o motorista contra o banco. Para um motor desse porte, o desempenho surpreende. Com um acerto de chassis e suspensão similar ao do rival, o Punto não só faz curvas, como pede ao motorista que seja levado ao limite. A direção hidráulica é precisa e tudo o que acontece nas rodas é passado ao volante.
Os modelos possuem dimensões próximas: 4 m de comprimento, 1,68 m de largura, 1,5 m de altura e 2,51 m de entre-eixos para o Punto e 3,9 m, 1,7 m, 1,52 m e 2,46 m para o C3. Apesar de maior em comprimento, o Punto leva 280 l de bagagem, contra 300 litros do Citroën do C3.
Veredicto de Thiago Moreno - comparados frente a frente, C3 tem estilo, enquanto o Punto tem esportividade. Enquanto é possível incrementar o Fiat, mesmo que opcionalmente, melhorar a dirigibilidade do Citroën é uma tarefa para engenheiros. Como num cabo de guerra, o Punto foca no motorista e na dirigibilidade, enquanto o C3 tenta conquistar com design e requinte.
Apesar de mais bem equipado e com maios arrojo no estilo, o C3 parece esquecer de uma peça fundamental no quebra-cabeça da diversão ao dirigir: o motorista. Com preço e acabamento equivalentes, mas recompensando o condutor com uma mecânica mais forte e dirigibilidade esportiva, o Punto leva o comparativo por se destacar não apenas aos olhos, mas também aos demais sentidos.
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