O melhor de 2 mundos existe: Porsche híbrido com 700 cv

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Eles conseguiram. Com isso em mente, entreguei de volta após três dias de avaliação o novo Porsche Panamera Turbo S E-Hybrid, tendo percorrido algumas centenas de quilômetros em ruas e avenidas de São Paulo e estradas pelo interior do Estado.  

O “eles” da frase que abre este texto são os engenheiros da montadora alemã. E o feito que eles conseguiram? Reunir em um único carro atributos que pareciam ser impossíveis de combinar em um mesmo modelo, como esportividade ao extremo, com 700 cavalos de potência, 0 a 100 km/h em 3,2 segundos e 315 km/h de velocidade final e um consumo de 30 km/l.  

O desempenho impressiona mesmo quando a gente já espera algo incrível, como é o caso de toda avaliação que fazemos de modelos como este da Porsche. Mas o Panamera não é apenas “mais um” modelo da luxuosa marca alemã. O novo Panamera Turbo S E-Hybrid é agora a versão mais potente desta linha, combinando um motor V8 biturbo de quatro litros com 420 kW (571 cv) e um motor elétrico de 100 kW (136 cv).   

O curioso é que, nos primeiros quilômetros utilizando o carro, este “super esportivo” se comporta calmamente, pois é conduzido como se fosse um carro 100% elétrico. Isso, claro, se o motorista assim quiser, o que é altamente recomendado no anda-e-para de uma grande cidade, por exemplo. Se você quiser sair já com potência máxima, basta usar o modo “Sport Plus”, mas, convenhamos, ele combina muito mais numa estrada vazia e sem trânsito.  

A autonomia totalmente elétrica do Panamera híbrido foi aumentada em até 30%, graças a uma nova bateria de 17,9 kWh e aos modos de condução otimizados. E para quem usar apenas pequenos trechos (50 quilômetros ida e volta, por exemplo), é possível utilizar sempre o Panamera no modo elétrico, já que esta é sua autonomia 100% elétrica.  

É uma inovação e tanto, que permite o carro no uso do dia a dia praticamente em todas as situações de deslocamento urbano. E a grande novidade é que o Panamera Turbo S E-Hybrig também é oferecido como plug-in (ou seja, carrega diretamente na tomada) em três versões de carroceria disponíveis no Panamera: sedã esportivo, Executive e Sport Turismo.  

Assim, você pode usar o “melhor dos mundos” com o carro em modo elétrico na cidade (onde o congestionamento não aumenta o seu consumo) e carregando ele todo dia em casa, sendo que sempre terá 50 quilômetros a disposição para usar naquele dia.  

E, para aqueles que temem pegar uma estrada e ficar sem energia, o híbrido reúne o melhor dos dois mundos, pois você tem um tanque de 80 litros de combustível e pode deixar para uma situação de estrada uma condução mais esportiva, por exemplo (onde o consumo do elétrico seria altíssimo em velocidades como 110 ou 120 km/h).  

Isso explica o “milagre” do consumo de um carro tão esportivo com 700 cavalos de potência poder atingir marcas inimagináveis para um esportivo, como 30 km/l. Outra vantagem de você ter praticamente um “carro elétrico” com o Panamera híbrido é que, assim como o Taycan (esse sim o modelo totalmente elétrico da Porsche), a arrancada do carro é brutal, daquelas de realmente deixar o corpo colado no banco (um clichê e tanto quanto se fala de aceleração, mas muito real neste caso).  

O efeito desta “patada” é fruto da combinação dos motores (elétrico e combustão) com a transmissão de dupla embreagem com oito velocidades (PDK), que gera um torque combinado de 870 Nm. Para efeito de comparação, esse número é de carros superesportivos como o McLaren Senna.  

Isso torna praticamente irresistível para o motorista usar o sistema de “launch control” (controle de largada) sempre que o limite de velocidade permitir – ou mesmo para quem tem a oportunidade de fazer “track days” em autódromos.  

Outra qualidade importante do Panamera é que, quando falamos em esportividade, isso não se traduz em um carro robusto e “arisco” ao volante. Há modelos de muita potência que deixam o motorista até ansioso, por medo de perder o controle se abusar muito do acelerador.  

No Panamera, isso não acontece, mostrando mesmo o feito impressionante de reunir o melhor dos dois mundos também neste quesito. Ele é prazeroso ao dirigir com respostas ágeis e uma aceleração impressionante, mas também proporcionar conforto e suavidade aos passageiros em uma viagem longa na estrada, por exemplo.  

Para um entusiasta de esportivo, isso pode fazer toda a diferença. Com certeza qualquer um deles sonharia em ter na garagem um Porsche 911, mas para quem já tem uma família maior, com esposa e criança, por exemplo, o Panamera passa a ser um pacote melhor no uso do dia a dia, para viagens e, claro, sem abrir mão de uma esportividade de um carro de 700 cv de potência.  

É importante destacar: o conforto para os dois passageiros no banco de trás é gigante, como viajar num assento de primeira classe. E também há espaço de sobra para cadeira infantil, por exemplo. O porta-malas tem capacidade para 403 litros. São atributos difíceis de achar em um esportivo com tanta cavalaria e desempenho.  

Por fora, como todo Porsche, o carro chama a atenção na medida certa por suas linhas clássicas e elegantes. Sem ostentar demais, mas o suficiente para arrancar admiração de entusiastas por carros em todo lugar. Até porque a versão híbrida tem detalhes que despertam ainda mais curiosidade – em especial as pinças de freio na cor verde-limão, que também são usadas para destacar a palavra “Hybrid”.  

Para os fãs de sedã e cupê, a boa notícia é que a junção de esportividade e conforto não precisa passar necessariamente pelo desenho de SUV. O Panamera não é um carro de altura grande (tem 1m42, menor que os SUV Macan e Cayenne) e conta com bastante espaço: 5m04 de cumprimento e 1m93 de largura. As vagas de estacionamento tradicionais também não serão um problema, mas alguns prédios mais antigos podem deixar a vaga no limite na lateral.  

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No item segurança, a versão que avaliamos, a topo de linha Panamera Turbo S E-Hybrid, também vem equipada com todos os sistemas de chassi e controle, como o Porsche Dynamic Chassis, sistema de estabilização de rolamento elétrico, eixo traseiro esterçável com Power Steering Plus e sistema Porsche Ceramic Composite Brake (PCCB - Freios de Composto de Cerâmica).  

São itens que fazem deste carro um dos mais seguros do mercado. Com tantas qualidades, o Porsche Panamera Turbo S E-Hybrid também é exigente para quem quer usufruir de todo este pacote. Para ter um na garagem, você precisa de R$ 1.139.000. É um valor e tanto, mas, depois de dirigi-lo por três dias, posso dizer que você dificilmente conseguirá reunir tantos atributos em um único carro. O que parecia ser impossível reunir, eles conseguiram.

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