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Novo Sandero não quer ser apenas racional

Com novo visual, Renault Sandero 2015 quer ser também uma escolha emocional sem mexer em seu lado racional

30/06/2014 - Thiago Moreno, de Florianópolis (SC) / Fotos: Divulgação / Fonte: iCarros

Desde o seu lançamento, há sete anos, o Sandero tem vivido à base de facelifts. Para 2015, no entanto, a Renault providenciou uma remodelação mais profunda. Seguindo as mudanças que foram realizadas no Logan, sedã com o qual compartilha a plataforma, o hatch agora mostra uma grade frontal com um grande logo da marca ao centro e faróis mais horizontais. Nas laterais, o modelo ganhou novos espelhos, maçanetas e vincos mais marcantes nas portas e painéis. Por sua vez, a traseira tem uma tampa de porta-malas com mais relevo e lanternas retangulares substituem as antigas, mais verticais.

A Renault afirma que cerca de 80% do carro é novo, sendo que do Sandero anterior sobraram inalterados apenas o motor 1.6 e a transmissão manual de cinco velocidades. Agora, a versão 2015 do hatch tem preços entre R$ 29.890 pela versão de entrada Authentique 1.0 e R$ 42.390 pela mais completa Dynamique 1.6.

São tantas emoções

Com bons atributos no papel, principalmente no quesito espaço interno, o antigo Sandero era uma das opções mais racionais no segmento dos hatches compactos. Agora, a Renault quer direcioná-lo também para o público que busca uma aquisição emocional. A prova disso salta aos olhos logo ao se ver a carroceria renovada. Nada de linhas simples para denunciar a origem humilde e terceiro mundista do Sandero. Agora, o hatch apostou num conjunto mais fluido e ganhou uma linha de cintura proeminente, criando uma espécie de “ombro” na lateral. O resultado agrada e distancia o modelo do carro que sucede.

Por dentro, o mesmo ocorreu. Apesar de o visual ter sofrido uma renovação bem menos radical – componentes como os comandos do ar-condicionado, alavanca de câmbio e instrumentação são os mesmo do antigo -, o Sandero agrada mais aos sentidos com um acabamento que, se ainda usa plásticos rígidos, tem ao menos boa textura e arremates sem falhas ou rebarbas.

São tantas razões

O Sandero mudou por fora, mas ainda não perdeu sua essência racional. A grande aposta do hatch continua sendo no espaço interno e na capacidade do bagageiro, entregando acomodações típicas de médios ainda na área de preços dos compactos. Dando suporte a isso, o carro mede 4,1 m de comprimento, 1,7 m de largura, 1,6 m de altura e tem 2,6 m de entre-eixos. O porta-malas comporta 320 litros.

A transmissão manual de cinco velocidades permanece a mesma para todos os modelos, assim como o motor 1.6 8V flex de 106 cv e 15,5 kgfm de torque (etanol). Mas uma das novidades da linha 2015 chegou logo para as versões mais baratas: trata-se do motor 1.0 16V Hi-Power de 80 cv e 10,5 kgfm (também com etanol), já utilizado no Clio. Com ele, a Renault informa que o consumo do Sandero é de 11,9 km/l em ciclo urbano e 13,4 km/l em ciclo rodoviário, caso o combustível escolhido seja gasolina. Com o derivado da cana, os valores são 8,1 km/l e 9,2 km/l, respectivamente.

São tantas rotações...

Apesar da promessa de economia, o novo propulsor 1.0 16V do Sandero não opera milagres. O hatch ainda pesa 1.013 kg com esse propulsor e quem sai perdendo é a performance. O modelo acelera de 0 a 100 km/h em 14 segundos. Mas é uma impressão que sai do papel: andando na cidade, pede constantes trocas de marcha e, como o pico de torque ocorre a 4.250 rpm, é preciso também deixar as rotações altas para se obter mais força. Como a primeira e segunda marchas são mais curtas, cria-se uma espécie de “buraco” entre a segunda e a terceira marchas.

O motor 1.6 é a melhor pedida para o modelo que, com o propulsor maior, pesa 1.055 kg, mas entrega o máximo de torque bem mais cedo: 2.850 rpm. Em trânsito urbano, elimina a necessidade das constantes trocas de marcha e responde mais com menos investidas até o fim do curso do acelerador. Em trecho rodoviário, mantendo-se 120/km/h, o 1.6 registra 3.500 rpm no tacômetro e revela dois dos pontos fracos dos motores com duas válvulas por cilindros: a perda de fôlego em rotações maiores e a aspereza de operação nesse tipo de regime. Mesmo com a bem-vinda melhoria no isolamento acústico da cabine, é possível ouvir o motor quando se passa dos 3.000 rpm.

Com quatro válvulas por cilindro, o 1.0 16V fica mais à vontade em rotações elevadas, porém, com menos isolamento acústico por estar equipado nas configurações de entrada, mostra-se mais presente no interior do carro, pois a 120 km/h, o conta-giros mostra nada menos que 4.500 rpm.

Em suma, os conjuntos motrizes do novo Sandero não surpreendem tanto quanto as alterações visuais e de acabamento. Entregando uma performance mais para o adequado do que para o formidável. Apesar disso, é preciso notar que a Renault se esforçou para melhorar o hatch em outras áreas de sua dinâmica, como a dirigibilidade. As respostas da direção hidráulica, por exemplo, estão mais rápidas e precisas, enquanto o conjunto de suspensão filtra as imperfeições do piso sem incomodar os passageiros com solavancos ou ruídos, ainda assim, apresentando pouco rolamento da carroceria em mudanças de direção. Tudo culmina num Sandero que ficou mais confortável e gostoso de dirigir.

Vai vender? – a Renault não quis falar em participação no mercado. "O ano está complicado para expectativas, mas queremos o Sandero se mantenha respresentando 40% de todas as vendas da marca no Brasil", justificou Gustavo Schmidt, vice-presidente da Renault, sendo que a configuração Expression deve ser a mais vendida com cerca de 50% do total. Na divisão entre os motores 1.0 e 1.6, a montadora acredita que 60% dos modelos comercializados deverão sair com o propulsor maior. E vale adiantar que, conforme denunciou o manual do proprietário do novo Sandero, o modelo receberá também a opção de transmissão automatizada com cinco velocidades. A novidade ainda não tem preço definido, mas chegará entre julho e agosto para o hatch.

No concorrido segmento dos hatches compactos, o Sandero conseguiu sobreviver bem até agora sendo racional. Com visíveis e bem-vindas melhorias em seu lado emocional deverá ter mais que sobrevida: vai evoluir.

Sandero 2015: preços e equipamentos

Authentique 1.0 16V: airbag duplo, ABS com EBD, direção hidráulica, volante com regulagem da altura, ar-quente, desembaçador do vidro traseiro, brake light, rodas de aço 15’’ com pneu 185/65, retrovisor com regulagem interna, aberturas internas do porta-malas e do reservatório de combustível. R$ 29.890.

Expression 1.0 16V e 1.6 8V:  os mesmos equipamentos da versão Authentique, mais rádio com leitor de MP3 e conectividade via USB e Bluetooth, ar-condicionado manual, vidros elétricos dianteiros, travas elétricas das portas, alarme perimétrico, computador de bordo,  além de retrovisores externos e maçanetas na cor carroceria. R$ 34.990 e R$ 38.590, respectivamente. 

Dynamique 1.6 8V: os mesmos equipamentos da versão Expression mais rodas de 15’’ em liga leve, faróis de neblina, vidros elétricos traseiros, piloto automático, luzes indicadoras de direção nos retrovisores, comando elétrico dos retrovisores externos, banco traseiro rebatível 1/3 e 2/3 e volante revestido em couro. R$ 42.390.

Viagem a convite da Renault

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